Freguesia dos Rosais

Freguesia de encantos

Instituições

Foto da primeira reunião para a formação do Agrupamento em outubro 1990. Foto primeiras promessas a 17 de novembro de 1991 Foto atual do Agrupamento – 17/11/2021 (30.º aniversário)
O Escutismo é um Movimento Mundial, de carácter não político, aberto a todos, com o propósito de contribuir para a educação integral dos jovens de ambos os sexos, baseado na adesão voluntária a um quadro de valores expressos na Promessa e Lei escutistas, através de um método original que permite a cada jovem ser protagonista do seu próprio crescimento, para que se sinta plenamente realizado e desempenhe um papel construtivo na sociedade.

O Escutismo complementa a ação da escola e da família, preenchendo necessidades específicas dos jovens de ambos os sexos. O escuteiro desenvolve o conhecimento individual, a necessidade de explorar para descobrir, para saber.

Através de programas adequados aos vários escalões etários, o Escutismo consegue os seus fins de forma a ajudar os jovens a desenvolverem-se física, intelectual, social e espiritualmente. O Escutismo proporciona aos jovens uma educação global, de modo a prepará-los para serem cidadãos participativos e responsáveis nas suas comunidades.

O CNE – Corpo Nacional de Escutas é uma associação de juventude sem fins lucrativos, destinada à formação de jovens, com base no método de Baden-Powell e no voluntariado dos seus membros. O CNE é a maior organização de Juventude de Portugal, sendo uma instituição de reconhecida Utilidade Pública (DR nº177-III de 8/8/83).

O Agrupamento 975 dos Rosais, do Corpo Nacional de Escutas, deu os primeiros passos em outubro de 1990, pelas mãos dos Chefes Odília e Simão Rosa do Agrupamento de Santo Amaro, ajudados pelo então pároco da freguesia Padre João Carlos Costa e pelos candidatos a dirigentes Fernanda Costa, Natália Cunha, Marília Freitas, Sandra Matos, Luís Cunha e Lino Freitas, tendo o Agrupamento 847 de Santo Amaro como monitor.

Entre outubro e fevereiro estes candidatos a dirigentes estiveram a fazer formação para integração no espírito do método escutista.

Em fevereiro de 1991 marcou-se uma missa de sensibilização para a comunidade animada pelo Agrupamento de Escuteiros de Santo Amaro, afim de dar a conhecer a toda a comunidade o projeto os candidatos a dirigentes e abrir as inscrições para crianças e jovens entre os 6 e os 14 anos. O Agrupamento formou-se com 3 bandos (branco, preto e cinza) e 2 patrulhas (cavalos e pombos).

A 17 de novembro de 1991 foram feitas as primeiras promessas deste Agrupamento, tendo ficado essa data como data da sua fundação. O seu patrono é Santo Agostinho

As casas do povo foram criadas pelo Decreto-Lei n.º 23051, de 22 de setembro de 1933. A partir do Decreto-Lei n.º 30 710, de 29 de Agosto de 1940, passaram a funcionar como instituições de previdência para o mundo rural. Reorganizadas pela Lei n.º 2144, de 29 de Maio de 1969, foram aí definidas como «organismos de cooperação social, dotados de personalidade jurídica, que constituem o elemento primário da organização corporativa do trabalho rural e se destinam a colaborar no desenvolvimento económico-social e cultural das comunidades locais, bem como a assegurar a representação profissional dos trabalhadores e dos demais residentes na sua área» .
A iniciativa da sua criação podia pertencer aos interessados, às juntas de freguesia, a qualquer autoridade administrativa ou ao Ministro das Corporações e Previdência Social       

Adquiriam personalidade jurídica com a aprovação, por alvará, dos seus estatutos.
Havia três categorias de sócios: efetivos, contribuintes equiparados protetores. Os sócios protetores eram aqueles cuja contribuição para as receitas da casa do povo era voluntária.

A casa do Povo dos Rosais foi fundada em setembro de 1964 e a área de atuação territorial era a correspondente à área da Freguesia dos Rosais que na altura contava com cerca de 1150 habitantes. Nesta altura o Estava apoiava as Casas do Povo e velava pelos seus fins e objetivos, através da Junta Central das Casas do Povo. Atualmente Rosais conta com 662 habitantes.

No exercício das suas atribuições de cooperação social à Casa do Povo dos Rosais, à semelhança de outras, incumbia executar por delegação de tarefas cometidas aos serviços públicos de forma a aproximá-los das populações, assumindo desde a sua fundação a função de realizar a previdência social da freguesia,

Esta função manteve-se até 1984 quando o DRR n. 18/84/A de 5 de junho, estabelece que os trabalhadores rurais deixam de descontar para a Caixa de previdência e Abono de Família através das Casas do Povo, passando a descontar a partir daí para o Regime Geral da Segurança Social. Ora, deixando de ser obrigatório este desconto ser feito através das Casas do Povo a Casa do Povo de Rosais como todas as outras, perde uma das suas funções mais importantes e com ela cai o peso institucional deste organismo no contexto social da freguesia.

A partir de 1982, de acordo com a Lei n. 4/82 de 11 de janeiro, as Casas do Povo passaram a ter o estatuto jurídico de pessoas coletivas de Utilidade Pública, de base associativa, tendo como finalidade o desenvolvimento de atividades de carater social e cultural e a cooperação com o Estado e com as autarquias locais, com vista à resolução de problemas que afetam a população local e a partir de 1998 as Casas do Povo tendo em consideração os objetivos prosseguidos foram equiparadas a Instituições Particulares de Solidariedade Social(IPSS) através do decreto-lei 171/98 de 25 de junho, adaptado posteriormente à RAA em 1999, através do DLR n. 22/99/A de 31 de julho.

Se olharmos os princípios que orientam qualquer instituição deste género, observamos que na sua base de atuação estão horizontes de desenvolvimento global da população que serve. A Casa do Povo dos Rosais sempre fez o possível trabalhar nesse sentido. Criou e suportou grupos desportivos ao longo de vários anos. Foi a Casa do Povo dos Rosais que o fundou o Grupo Folclórico da Casa do Povo dos Rosais que tem por base a divulgação da nossa cultura, funcionou também como ATL, além de outros grupos ao longo dos anos de existência. Atualmente tem no ativo uma escola de cordas

Funcionou com Sede em vários sítios, sendo que o primeiro foi uma barraca de chapa no Largo da Igreja, depois uma casa alugada no Outeiro da Ponta, posteriormente adquiriu a sua Sede no Caminho de Baixo, onde permaneceu até 2017, altura em que a sua Sede passou a ser no Edifício Sol.

Atualmente funciona com os seguintes serviços:

– Enfermagem

– Posto Médico

– Atendimento da Segurança Social

– Atendimento da Ação Social

– Centro de convívio para idosos

É Sede do Grupo de Folclore dos Rosais que lá ensaia e desenvolve a suas atividades.

O Grupo de Folclore dos Rosais foi fundado a 5 de Agosto de 1991, então com a designação de Grupo Folclórico da Casa do Povo dos Rosais, tendo como objetivo principal a divulgação dos usos e costumes da Freguesia, bem como preservar as suas tradições.

Foi efectuada a recolha de trajes que foram um pouco mais além no tempo e que depois foram adaptados para uso dos elementos, cuja base fundamental era o linho, a baieta, o cotim, a chita, o fio em pua e a lã.

 No calçado são utilizados os caturnos, as albarcas, os sapatos, as botas e as galochas de madeira.

Para cobrirem a cabeça, os homens utilizam o chapéu de feltro, boné de cotim, chapéu de baieta e carapuça de lã. As mulheres utilizam o lenço de merino, chapéu de palha e mantilha em tule de algodão.

De todos estes trajes são de salientar o de “Mordoma de Espírito Santo”, composto por saia de lã, tingida de anil, casaco de linho xadrez, botim preto, utilizando-se para a cabeça toalha de linho com renda e carapuça do mesmo tecido da saia, orlada com baieta vermelha e com rosetas feitas de fita de seda; o do “Cavaleiro do Espírito Santo”, composto por fato de lã, camisa de linho, sapato preto tendo aos ombros uma toalha de linho com renda, enfeitada com flores de papel e fita de cetim; o traje de domingueiro de classe abastada composto por meia capa de lã preta bordada com motivos geométricos, saia de lã preta guarnecida na orla com duas barras de bordado, blusa de lã, usando na cabeça a mantilha de tule de algodão preto.

Os restantes trajes estão relacionados com diferentes actividades da Freguesia, designadamente, ir à missa, domingueiro, trabalho e festivo.

Os instrumentos utilizados são a viola da terra, violão, bandolim e o violino.

As modas executadas são comuns a todas as ilhas do arquipélago, diferenciando-se pela melodia, ritmo, quadras e passagens no bailar. As modas de maior referência do nosso repertório são: Ladrão, Samacaio, Tirana, São Gonçalo, Sapateia, Chamarrita do Meio, Saudade, Fado, Lira, Bela Aurora, Chamarrita do torrião, Praias, Meninas, Amparo de Mãe, Olhos Castanhos entre outros.

Durante a sua existência o Grupo de Folclore de Rosais, atuou em quase todas as ilhas da Região Autónoma dos Açores, participando em diversos festivais e eventos culturais, bem como em festividades profanas e religiosas. Também já foram efectuados vários intercâmbios com Grupos Folclóricos de Portugal Continental e Madeira, permitindo assim, divulgar a nossa cultura e tradições por outras paragens.

No ano de 2007 foi conseguido um dos grandes objectivos do Grupo, a edição do primeiro trabalho discográfico, o qual é de grande importância para a divulgação e preservação do trabalho desenvolvido, evitando que o mesmo se venha a perder na memória.

Em 10 de janeiro de 20210 alterou o nome para Grupo de Folclore dos Rosais com estatutos e orgãos sociais próprios.

O Grupo de Teatro “O Palco” foi fundado em 1996, com o intuito de manter a tradição da comédia popular, tendo-se iniciado os ensaios de “Quatro Libras Por Um Quarto” e “Ensaio Geral”. Estes espectáculos foram estreados no ano seguinte, conjuntamente com um espectáculo de variedades.

No ano de 1998, foram estreados dois novos espectáculos, “Guerra aos Nunes” e “Há Cada Doido”, sendo ainda apresentado um novo acto de variedades, estes espectáculos continuaram a ser apresentados durante 1999.

De 1999 a 2004, teve como Diretor Artístico o Actor / Encenador, Leandro Vale.

Em 2000 estreou-se o espectáculo “Casado Sem Mulher”, que foi apresentado em vários espectáculos na Ilha de São Jorge, tendo como coroa de glória, o convite para apresentação no Encontro Internacional de Teatro de Torre de Moncorvo e Mostra Internacional de Teatro de Bragança, bem como o espectáculo de variedades.

Em 2001 foi estreada “Uma Receita dos Diabos (A Vingança dos Lacedemónios)”, participando nesse ano, numa deslocação a Sousel (Continente), onde foram realizados dois espetáculos.

Em 2002 foi montado o espectáculo “Mosquitos por Cordas”, com cenografia de Álamo de Oliveira, tendo sido realizados mais de uma dúzia de espectáculos, na Região Autónoma dos Açores e Continente.

Em 2003 deu-se continuação à apresentação do espectáculo estreado no ano anterior, tendo-se também procedido à montagem de “Cama, Mesa e Roupa Lavada”.

Desde o ano de 2004 que o encenador do Grupo de Teatro “O Palco”, passou a ser Gil Ávila.

Em 2004 estreou-se “O Saco das Nozes” e “A Vizinha Balbina e a Outra a Carolina”, tendo ainda, em co-produção com o Teatro em Movimento, sido produzido “O Borrão”. Também neste ano houve participação no I Festival de Teatro da Graciosa; I Festival Internacional de Teatro de Velas; Semana de Cultura e Desporto da Horta; VI Encontro Internacional de Teatro de Torre de Moncorvo; além de outras actuações na Região Autónoma dos Açores e no Continente em Vila Nova de Foz Côa e Vila Real.

Em 2005 foi estreado o espectáculo “O Vizinho de Cima” o qual foi também apresentado na Califórnia – Estados Unidos da América.

Em 2006 estreou-se “Que Rica Tia” tendo sido feita a apresentação na Região Autónoma da Madeira, também neste ano foram estreados os espectáculos infantis “Era Uma Vez Um Dragão” e “O Menino e o Papagaio”.

Em 2008 houve lugar à estreia de “O Doente de Cisma” e “Que Mulheres”.

Em 2009 foram apresentados os espectáculos “Os Infiéis Defuntos” e “Badalim Subiu ao Céu”.

Em 2010 ocorreu a estreia de “Elas é Que Mandam”.

Em 2011 estreou-se “Flor da Aldeia”, tendo sido realizada a actuação na Freguesia da Maia em São Miguel, na comemoração dos 5 séculos de Freguesia.

De 2012 até à atualidade foram encenadas e estreadas diversas peças as quais destacamos: “Casar é urgente”, “Contas Nordestinas”, “Uma noite bem passada”, “Jogo de futebol”, “Não é o mel”, “A noite de núpcias”, “Uma alma gémea”, “Quem desdenha….., etc.

O Grupo de Teatro “O Palco” ao longo de todos estes anos, tem prestado uma colaboração activa com todos os grupos de teatro amador do Município de Velas, assim como com diversas Instituições da Ilha que pedem a sua colaboração para eventos e temáticas especificas.

 

Durante o Inverno de 1934/35 na Freguesia dos Rosais, um grupo de pessoas, maioritariamente jovens, ensaiava um espectáculo que haveria de ser apresentado no dia da Padroeira da Freguesia. Em Janeiro de 1935, num destes ensaios, alguém levantou a voz para informar que o Mestre Raul Pereira Góis, então mestre da Filarmónica de Santo Amaro, tinha rescindido contrato com a mesma. Surgiu então a oportunidade de se criar uma Filarmónica na Freguesia dos Rosais,

O grupo de jovens meteu pé ao caminho e seguiu para Santo Amaro, a fim de convidar o mestre Raul. Convite feito, convite aceite, embora com algumas condições impostas, as quais passavam por disponibilização de uma moradia de habitação familiar, bem como um moio de milho anual, lenha para o uso doméstico e transporte dos seus pertences de Santo Amaro para Rosais.

As condições foram aceites pelos Rosalenses que solicitaram à família Oliveira a cedência da casa onde ensaiavam para habitar mestre Raul e sua família. Em Fevereiro de 1935, chega a Rosais o mestre Raul. De imediato, abriu a primeira escola de música da Freguesia, de onde saíram os primeiros vinte músicos. Estes para integrarem a escola de música tinham de pagar 100 escudos, ficando com a categoria de sócio-fundador, mais o compromisso de pagar uma quota mensal de 2,5 escudos, sendo que estes valores eram para fazer face às despesas com o petróleo para as petromax’s que alumiavam os ensaios, o papel pautado e a tinta para copiar as músicas. Para além destas despesas, os músicos contribuíam também com três alqueires de milho, por ano, destinados ao sustento do Mestre da Filarmónica e sua família.

Por falta de sede própria, a escola de música peregrinou por vários locais da Freguesia, tendo-se estabelecido mais tarde no Império do Espírito Santo.

Partiu-se então para outra fase. O grupo de jovens dividiu-se, tendo um deles ficado com a responsabilidade de angariar fundos para a compra de instrumentos musicais – compra em segunda mão feita pelo Sr. José Vieira Sequeira, na cidade de Lisboa, foram adquiridos 20 instrumentos pelo valor de 20000 escudos, sendo os mesmos, quatro clarinetes, dois trombones, dois bombardinos, dois contra baixos, duas trompas, quatro cornetins, um saxe, uma caixa, pratos e bombo. O novo instrumental, 32 instrumentos, foi adquirido somente em 1987, tendo o mesmo sido cedido pelo Governo Regional dos Açores, sendo na altura o Presidente, Mota Amaral.

A vontade era tal em fundar a banda filarmónica que, embora se vivessem anos de grande recessão económica, rapidamente se conseguiu o valor necessário para a aquisição dos instrumentos – valor totalmente concedido pelos habitantes de Rosais.

Entretanto, para que se pudessem iniciar os trabalhos de aprendizagem, foram pedidos, a título de empréstimo, alguns instrumentos à família da Viscondessa de Velas, pois guardava o instrumental que fora da Filarmónica da família.

Em vésperas do Sábado da Trindade, dia 15 de Junho de 1935, quis este grupo de jovens músicos estreantes apresentar-se à população da Freguesia, fazendo a sua actuação no adro da Igreja, em pleno arraial da Trindade.

Imagina-se o pasmo e emoção de tantos olhos molhados vendo a realização de um sonho!

Ainda durante 1935 iniciou-se a angariação de materiais, cedidos pela população de Rosais, para a construção da primeira Sede desta Filarmónica, tendo sido totalmente construída sem qualquer apoio do Estado. A obra seria inaugurada dois anos depois.

Já no ano de 1938 foram aprovados oficialmente os primeiros estatutos da Instituição, por sua Ex.ª o Governador Civil de Angra do Heroísmo, Dr. Carlos Alberto de Oliveira.

A crise sísmica de 1964 – que arrasou a Freguesia dos Rosais – provocou a destruição da Sede da Filarmónica União Rosalense, tendo a mesma, no âmbito da reconstrução, sido ampliada, já com a colaboração estatal e contributo de muitos mecenas.

Atualmente (2022) a Direção da Sociedade União Rosalense, luta com algumas dificuldades, especialmente recursos humanos que  permita que se mantenha de pé este projecto sócio-cultural de valor imprescindível para a Freguesia dos Rosais.

Músicos em 1935:

  • Mestre – Raul Góis;
  • Baltazar – Clarinete;
  • Manuel Bettencourt de Sousa – Clarinete;
  • José das Neves – Clarinete;
  • João Jacinto Avelar – Clarinete;
  • João Silveira – Trombone;
  • João Fagundes – Trombone;
  • Armando Silveira – Bombardino;
  • Soares Salomão – Bombardino;
  • João Pires – Contrabaixo;
  • Manuel Luís – Contrabaixo;
  • Johnny Sanches – Trompa;
  • Manuel Vieira – Trompa;
  • Cosme Amarante – Cornetim;
  • João Iria – Cornetim;
  • Manuel Vieira – Cornetim;
  • Gracioso – Cornetim;
  • António Maria – Saxe;
  • André Iria – Caixa;
  • Manuel André – Pratos;
  • Manuel Patrício – Bombo.